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Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
Professora, Mestre em Educação, Psicopedagoga, Especialista em Avaliação Educacional. Atualmente, ministra palestras sobre LEITURA E INTELIGÊNCIA, também escreve material de língua portuguesa EAD para o CCAA e para a EDUCOPÉDIA.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

As madeixas de Martha Medeiros




Sou fã de carteirinha da Martha Medeiros e raramente não leio sua coluna aos domingos. Nesse domingo, ela falava justamente sobre isso, sobre sermos fãs incondicionais, mesmo desaprovando o comportamento de nosso ídolo. Ela, assim como eu, é fã de carteirinha da Amy Winehouse. Adooooro as músicas da Amy. Elas têm algo diferente das músicas que escutamos nas rádios diariamente.
Mas, não era de ídolos que pretendia falar. Na verdade, queria comentar a coluna da Martha de domingo passado quando ela escreveu sobre as madeixas das mulheres mais velhas, defendendo o uso dessas pelas balzaquianas e contrariando a máxima que ao envelhecer a mulher deve manter os cabelos mais curtos.
Outro dia, conversava justamente sobre isso com a minha irmã. Dizia à ela, que tem cabelos compridos, que achava ridículo mulher já cinquentona com cabelos longos... ao que ela, prontamente, discordou. Minha irmã tem cabelos compridos e já não é tão nova assim, embora tenha uma postura de menininha e corpinho de menininha. E aí, vem a Martha e escreve em defesa das longas madeixas. Foi inevitável uma reflexão.
Parei e lembrei-me de minha avó, que aos oitenta e tantos anos tinha o cabelo grisalho na altura da cintura. Lembro que ela, ao lavar os cabelos, pedia que alguém a ajudasse a penteá-los. Depois fazia uma longa trança que passava por cima da cabeça, como um arco, ou fazia um coque baixo com aqueles grampos enormes. Era linda. Por que era linda? Era linda porque o conjunto combinava. Não havia nada ali superficial. A estética era perfeita. Pele, corpo, rosto, cabelos em perfeita sintonia.
Hoje, tenho a impressão de que a estética muitas vezes é prejudicada.
Caminha uma mulher com corpo escultural num desses macacões de ginástica que cobrem todo o corpo e comprimem as gordurinhas daquelas não tão gordinhas, pelo calçadão. Cabelo escorrido, bem tratado, balançando pra lá e pra cá, andar firme. O garotão passa de bicicleta e, antes de arriscar um gracejo, resolve conferir, dando uma olhadela para trás, assim que passa pela gatinha. Gatinha????? Nooooossa!!!!!!! Ainda bem que não mexi com ela, pensa o rapaz, meio desequilibrado. A gatinha devia ter seus sessenta e tantos anos ...
Há pouco tempo a Suzana Vieira participou de uma novela usando cabelos loiros e longos escorridos. O que era aquilo? O cabelo era bonito, sem dúvida. Mas, mais falta de harmonia, impossível!!!!
Na verdade, aquilo que compromete, no meu ponto de vista, o uso do cabelo comprido nas mulheres mais velhas, não é bem o comprimento, e sim uma falta de uniformidade no conjunto. Falta sintonia. Corpo, rosto, roupas e cabelos devem estar em harmonia. Há sempre o argumento em prol de qualquer coisa que se faça sob o pretexto de que, se a pessoa se sente bem... isto é que importa. No entanto, bombardeados que somos pela mídia para que tenhamos uma aparência cada vez mais jovem e bela, receio que algumas pessoas, longe de se sentirem bem, cuidem de estar com a agenda em dia e aí, correndo atrás da juventude, se esquecem da beleza do conjunto, da estética, da harmonia. Conheço pessoas que já não são assim tão jovens e que são, por excelência, jovens em sua postura. Jovens na forma como lidam com o mundo. Geralmente, essas pessoas são harmoniosas. Não necessariamente elegantes ou em forma. Simplesmente harmoniosas. Harmoniosas e felizes. Possuem em seu íntimo um quê de segurança, de tranqüilidade, de harmonia que possibilita o envelhecer feliz.

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