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Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brazil
Professora, Mestre em Educação, Psicopedagoga, Especialista em Avaliação Educacional. Atualmente, ministra palestras sobre LEITURA E INTELIGÊNCIA, também escreve material de língua portuguesa EAD para o CCAA e para a EDUCOPÉDIA.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

PROJOVEM

Processo Seletivo simplificado para professores de formação básica, qualificação profissional e participação cidadã - Projovem - RJ - Secretaria de Estado de Trabalho e Renda-SETRAB http://www.fesp.rj.gov.br/fesp_2007/concursos/jovensadultos/paginajovensadultos.asp

SOBRE O PENSAMENTO, LÓGICA, ESCRITA E COTIDIANO


Qual a relação da escrita com o pensamento? penso eu... Mas eu não quero academizar, nem filosofar. Quero a explicação prática para a minha incapacidade de colocar no papel o turbilhão de pensamentos e emoções que me invadem.

Estou desde cedo recostada na cama, tendo levantado algumas vezes para beber água, comer, ir ao banheiro, trivialidades. Acordei cedo, levantei, tomei um bom banho de ducha bem quente, lavei o cabelo e enrolei-me num roupão atoalhado branco quentinho.... sequei-me, vesti uma roupa confortável, lavei o quintal, mudei umas plantas de lugar, desci, tomei uma xícara de café com leite, subi, sequei o cabelo e sentei-me na cama com o laptop ( laptop...agora entreguei minha idade - laptop agora é notebook!). Daí pra cá não consegui escrever nem uma linha. Estranho, porque minha cabeça fervilha. Mas não me vem uma história, um fato, o que me vem são passagens, medos, sentimentos, anseios.

Mas tudo isso tem uma história... mas de que história falamos? Pergunto-me, se quando escrevo vem-me uma história com inicio, meio e fim... não...é quase que imperceptível a ordem em que as coisas acontecem...simplesmente vou escrevendo e de repente, tem-se a história. História... o que é que uma história tem para ser contada, escrita e entendida? ... tem que ter lógica. Lógica? é, a lógica que é quase que inerente a humanidade. Digo quase, pois, graças aos céus, os avanços científicos já provaram que a lógica varia de acordo com a cultura na qual se está inserida.

A lógica que conhecemos é herdada dos gregos, retomada e perpetuada pelos filósofos do Renascimento e pela corte francesa. A lógica ordenadora e guardiã do tempo, dos espaços, do pensamento, do comportamento. Aprendemos desde cedo a pensar com lógica. Qual foi a criança que não ouviu um adulto dizer que ela não está usando ou sendo lógica?

A lógica ocidental baliza nosso mundo e quando não conseguimos arrumar nossos pensamentos dentro dessa lógica é um caos. Felizes os artistas, os poetas, os músicos. Se o são, são justamente por fugirem do lugar comum, fugirem da lógica. A arma deles chama-se criatividade, ou, se preferirem, pensamento divergente! Ah...também precisamos ser criativos... mas só depois de ter sido moldado a ferro e fogo na danada da lógica.

A lógica invade nossa intimidade. Se não arrumamos nosso armário classificando todos os nossos pertences, somos desorganizados. Já inventaram até personal home! Uma equipe de lógicas donas de casa vai até a sua casa arrumar seus armários. Prometem milagres! Quem foi que disse que há uma maneira correta de arrumar as coisas? ou que, se as cuecas ficarem todas juntas você as encontrará com mais facilidade? Por que não posso deixar as meias e as cuecas e as gravatas todas juntas? quem foi que inventou de classificar o mundo? Seres vivos e seres não vivos... tudo, tudo tem seu lugar.

Mesmo assim, não é difícil encontrar pessoas que insistem em desafiar a lógica. Sapatos na sala, meias no sofá, livros e revistas sobre a mesa de centro, copos, barbeador, um saco de biscoitos vazio no canto da sala. Nossa! você deve estar pensando... além de bagunceiro é porco! tudo porque alguém convencionou, algum dia, que existe uma maneira correta de proceder. E há ainda os excessos, claro!

Um amigo meu, chegou um dia em casa muito injuriado. Havia ido visitar uma cliente e ao chegar na casa dela recebeu pantufas. Ele olhou para as pantufas e perguntou se era um presente... - Não, não, disse a mulher, e continuou: “É para calçá-las... mas não precisa tirar os seus sapatos não...” ele não conseguiu entender o porquê dele precisar usar pantufas... existem casas que, de tão organizadas que são , parecem de brinquedo... arrumadas para parecerem bonitas... e são! segundo uma certa organização de mundo... se não cuidar, de tão arrumadas que são, ficam impessoais, frias. Pode ser a casa de qualquer um e ao mesmo tempo de ninguém.

Ao perguntarem a Piaget sobre a sua desorganização, ele responde que existe a lógica matemática e a vital, e que a dele, é a vital.... e que daria mais trabalho arrumar tudo do que procurar um papel ou um livro quando quisesse.... talvez esteja aí a resposta! o pensamento é vital...não é ordenado, tem vida própria, desejos próprios, não aceita ordens. Alguém já viu alguém dizer - eu não quero pensar nisso e o pensamento sumir?

O pensamento não é racional, não faz fila e não tem vergonha, não mente, é desobediente... lembrei-me de um filme em que o homem quase enlouquece porque passa a ouvir o pensamento das mulheres... e isso surpreende-o tanto que ele não consegue pensar em outra coisa. Há também a história de Irvin Yalom. Nela, um médico casado bem sucedido quase enlouquece por não conseguir afastar pensamentos proibidos com outra mulher... há ainda aqueles que não conseguem distinguir pensamento e realidade.

Pois é, pensamento e escrita são tão diferentes quanto a água e o vinho, mas da mesma forma que a água e o vinho se complementam, o pensamento e a escrita também. Diferentes, mas complementares.

Diferenças na Aprendizagem: da Infância à Idade Adulta, no atendimento ao indivíduo Deficiente MentalRua Marquês de São Vicente, 225 - casa XV - Gávea/RJDe 18/03 a 15/07/2009 - 4ª feira, das 19:00 às 21:00h
Diferenças na Aprendizagem: da Infância à Idade Adulta, no atendimento ao indivíduo Deficiente Mental O curso tem como objetivo abordar e discutir o desenvolvimento bio-psico-social do individuo deficiente mental, para apoiá-lo em sua inclusão frente aos desafios da sociedade contemporânea.Programa: 1. Histórico2. Concepção e etiologia3. Papel da Família4. Escolarização5. Profissionalização6. Lazer Mais informações: 0800-970-95-56Site CCE: http://www.cce.puc-rio.br/

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

INAUGURADA BIBLIOTECA MULTIMEDIA ONLINE DA EUROPA


Inaugurada biblioteca multimédia on-line da Europa. A biblioteca multimédia on-line da Europa, "Europeana", está acessível desde hoje ao público, que através da Internet poderá aceder a mais de dois milhões de obras dos 27 Estados-membros da União Europeia. Esta biblioteca virtual conta com livros, mapas, gravações, fotografias, documentos de arquivo, pinturas e filmes do acervo das bibliotecas nacionais e instituições culturais dos 27 Estados-Membros da UE, tendo por exemplo de Portugal a Carta plana de parte da Costa do Brasil, um mapa de 1784. Acessível, em todas as línguas da UE, através do endereço http://www.europeana.eu/ a biblioteca multimédia europeia conta com material fornecido por mais de 1000 organizações culturais de toda a Europa, incluindo Museus, como o Louvre de Paris, que forneceram digitalizações de quadros e objectos das suas colecções. Segundo a Comissão Europeia, que lançou esta iniciativa em 2005, este é "apenas o começo", pois a ideia é expandir a biblioteca, envolvendo também o sector privado, e o objectivo é que em 2010 a Europeana dê acesso a pelo menos dez milhões de obras "representativas da riqueza da diversidade cultural da Europa e terá zonas interactivas, nomeadamente para comunidades com interesses especiais".
"Com a Europeana, conciliamos a vantagem competitiva da Europa em matéria de tecnologias da comunicação e de redes com a riqueza do nosso património cultural. Os europeus poderão agora aceder com rapidez e facilidade, num único espaço, aos formidáveis recursos das nossas grandes colecções", comentou o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. Por seu turno, a comissária europeia para a Sociedade da Informação e os Meios de Comunicação, Viviane Reding, apelou "às instituições culturais, editoras e empresas de tecnologia europeias para que alimentem a Europeana com mais conteúdos em formato digital".
Segundo dados da Comissão, desde a "abertura" da biblioteca, hoje de manhã, houve dez milhões de visitas por hora, tendo esta "tempestade de interesse" forçado mesmo a "deitar o sistema abaixo" por algum tempo para duplicar a capacidade do "site".

INCLUSAO


Arnaldo foi meu aluno na Faculdade Simonsen। Ele me escreve :


“(...)Tenho uma grande amiga que é cadeirante e vivo e vejo a dificuldade que é para ela sobreviver sem ter conforto e oportunidade alguma। Sendo para ela um pouco ''mais fácil'' ,devido a conviver com isso desde que nasceu, mas e para quem está nessa situação depois de ''velho''? Gostaria que a senhora lesse, pesquisasse e divulgasse alguma coisa sobre o tema para os alunos. Pois recebo seus emails e sempre tem alguma informação sobre cursos, etc...é nosso dever fazer alguma coisa por nosso semelhante,ter plantado algo na nossa passagem pela Terra. E admiro muito sua visão (lembro-me das aulas) super importante pra quem está engatinhando na vida e precisa de uma luz. Creio que muitos de seus antigos alunos sentem falta das aulas (mesmo que eu não goste da parte pedagógica)sei que eram importantes.(...) ''A propósito, gostei muito do blog e dos artigos da revista....( escreves superbem)”


...e me solicita que eu leia, pesquise e divulgue alguma coisa sobre o tema: pessoas portadoras de necessidades específicas. Para ser sincera, para escrever com propriedade sobre o tema teria que pesquisar muito. É um tema complexo com muitas áreas diversificadas: surdos, cegos, incapacidade para andar, incapacidade de locomoção, deficiência física ou mental. Cada uma dessas áreas com orientações educacionais e necessidades específicas. Sem falar que poderia falar das leis que garantem alguns direitos aos portadores de necessidades específicas, poderia falar das dificuldades de acesso à escolarização ou dificuldade de continuar os estudos, ou ainda das dificuldades de socialização, entre outros.Daria uma tese de Doutorado!
Assim, convido meus colegas “blogueiros” a enfocar o assunto, cada um a partir de sua experiência e formação, de forma que possamos dar nossa contribuição sobre o tema, e opto por discorrer sobre inclusão de modo geral. Inclusão das minorias étnicas, das classes menos favorecidas, das pessoas portadoras de necessidades específicas.
A primeira questão que me vem a mente ao falar de inclusão é a questão das diferenças. O tema da inclusão só existe porque existe a diferença. Diferença que dificulta o acesso aos bens sociais.
Assim, o problema que se impõe é o problema o acesso da população aos bens comuns, na medida em que a sociedade atual, apesar de não ser dividida em estamentos, como na Idade Média, é também estratificada, mas com base em valores adquiridos como educação e riqueza.
Embora se possa "enricar" de uma hora para outra, ao receber uma herança, ao se ganhar um jogo, conseguir uma vaga em um time de futebol, ou ser modelo de uma grife famosa, a maioria dos mortais precisa mesmo é trabalhar duro 365 dias por ano para garantir o seu sustento. Com o mercado de trabalho restritivo e exigente de pessoas que possuam algum tipo de mão de obra especializada, o papel das instituições educativas torna-se de vital importância para se garantir a igualdade de oportunidades a todos e consequentemente a oportunidade de todos ascenderem socialmente na pirâmide social.
No entanto, sem se considerar as diferenças, não há como garantir uma política de igualdade. Amartya Sen, um indiano que ganhou o prêmio Nobel de Economia em 1998, fala em equidade, ou seja, garantir a igualdade considerando-se as diferenças.
Uma das maneiras de se garantir a equidade às pessoas surdas seria possibilitar-lhes o acesso a uma educação bilíngüe, em todos os níveis, de forma que pudesse ter acesso a uma língua desde cedo, facilitando sua inclusão na sociedade. Da mesma forma, garantir equidade aos cadeirantes implicaria em oferecer espaços adequados para sua locomoção, além dos instrumentos necessários para sua deficiência. Poderíamos ainda citar os idosos que possuem alguma doença em comparação com idosos que gozam de uma saúde perfeita. Os idosos que precisam medicar-se constantemente gastam quase toda, senão toda a aposentadoria com remédios. Garantir a equidade, seria oferecer gratuitamente esses remédios.
Nesta altura você já deve ter percebido que o governo já tem empreendido algumas ações no sentido de promover a equidade. A política de farmácia popular, a lei que incide sobre a arquitetura de acesso aos espaços públicos, a lei de cotas, entre outras, são tentativas de se garantir a equidade.
No entanto, o Brasil é um país muito grande e as dificuldades se acentuam dependendo da região onde se mora. Se você mora na Zona Sul do Rio de Janeiro provavelmente terá maiores condições de usufruir dos benefícios das leis do que se você mora na Zona Oeste da mesma cidade. Mas se você mora no interior do estado, provavelmente suas dificuldades serão ainda maiores.
Não são só as dificuldades de acesso aos bens sociais, falo das dificuldades impostas pela própria sociedade. Dos preconceitos.
Creio que o maior obstáculo à inclusão das pessoas portadoras de necessidades específicas ainda é realmente de ordem social. Ao preconceito, alimentado por muitos anos, ao longo da história, sobre a “incapacidade” das pessoas surdas, cegas, cadeirantes e deficientes físicos e mentais. Durante muito tempo a sociedade não se perguntou o que eles podiam fazer, desconsiderando mesmo seus direitos fundamentais como pessoa. Preferiram ignorá-los, afastá-los da convivência da sociedade.
Assim, a luta pela inclusão é uma luta que deve ser travada em todos os espaços, principalmente nos espaços escolares, ensinando nossos alunos a conviverem com a diferença, seja ela de que ordem for: etnia, credo, classe,... (Parece que a sociedade ainda não conseguiu descobrir como ser tolerante, visto os conflitos recentes no Oriente Médio e frequentemente, no mundo).
Precisamos ser mais tolerantes, e ser tolerante não significa apenas considerar que o outro existe. Ser tolerante implica em aceitar o outro e seu conhecimento como legítimo.
Assim, não posso deixar de falar da inclusão dos alunos das classes populares que acabam sendo banidos da escola por um sistema cruel, ainda eurocêntrico, que desconsidera, ignora que essas crianças tragam um saber legítimo e possuam modos diferentes de pensar, agir e fazer. Nós, professores precisamos trazer conosco um espírito de pesquisador. Temos que defender nosso saber sim, valorizar a cultura acadêmica, mas precisamos reconhecer que a cultura acadêmica não tem a cara do Brasil. Precisamos promover a interação, precisamos cair em Zona de Desenvolvimento Proximal, como diz Vygosky, e promover a interação. Valorizamos a cultura brasileira em tantas áreas, e há trabalhos excelentes promovidos por professores empenhados na inclusão e na valorização do saber popular...
Dessa forma é fundamental garantirmos a igualdade de oportunidades à todas às crianças ( negras, brancas, indígenas, pobres, ricas, portadoras de necessidades específicas, ...) de ter acesso a uma escolarização de boa qualidade de forma que se possa oferecer não só a possibilidade de um exercício mais consciente de cidadania com uma competição mais justa de acesso ao mercado de trabalho, garantindo assim, o artigo constitucional de igualdade.
Creio Arnaldo, que a nossa luta deve ser sempre no sentido de promover a justiça nos espaços que atuamos, ensinar a tolerância, começando por nós em nossas casas। Fazendo a diferença nos círculos que frequentamos, como você está fazendo!


Um abraço,


Leila Mendes

domingo, 8 de fevereiro de 2009

PASSEIO




Vou passear!
Vou dar voltinha!
Encontrar umas cadelinhas,
E também uns amiguinhos.

Vou cheirar!
Vou puxar:
Minha dona pela corrente,
Debaixo do sol quente!

Vou descobrir
Vou farejar:
Um mundo novo a cada dia,
e encantar-me de alegria!

Já passeei,
Já dei voltinha.
Já estou bem cansadinho!

Vou lavar minhas patinhas,
abanar o meu rabinho,
Pra ganhar um biscoitinho!