Por Leila Mendes
Nesta obra, José Mindlin presenteia o leitor com uma história. A sua própria história de relação com a leitura e com os livros que acabaram por formar a sua biblioteca. Mindlin faz questão de frisar, em várias partes da obra, que sua primeira paixão é e sempre foi a leitura, sendo a biblioteca uma consequência dessa paixão. Assim, o autor vai recheando a obra com àquelas lidas ao longo de sua vida, oferecendo-nos uma deliciosa degustação daquilo que contribuiu para a sua formação, permitindo-nos, igualmente, relembrar alguns títulos e ter aguçada a curiosidade para outros.
Na introdução Mindlin faz uma pequena alusão à história do livro, iniciando na Antiguidade quando estes eram orais ou esculpidos em pedra até a invenção de Gutemberg. No entanto, lamenta que ainda tantas pessoas não tenham acesso à leitura no Brasil.
No primeiro capítulo Mindlin reflete sobre a importância da leitura, atribuindo a esta, um sentido espiritual à vida. Além disso, argumenta que a leitura é fundamental, pois que possibilita a correção de males sociais, além do papel didático e político. Lembra, com propriedade, para enfatizar a importância dos livros e da leitura, sobre as censuras impostas a estas pela igreja e governos ditadores, lembrando-nos que, em longo prazo, a censura nunca vence e que um livro, da mesma forma que se presta à reflexão e formação, também diverte e informa. Assinala ainda, que é irrelevante, que as primeiras leituras sejam ou não literárias. O importante é que se leia. A seleção, diz ele, vem com o tempo. Continua assumindo-se um entusiasta da leitura, da mesma forma que procura fazer outros, aumentando o universo de leitores. Finaliza dedicando uma reflexão ao papel da escola na formação de leitores e sugerindo a formação de bibliotecas públicas de modo a facilitar o acesso aos livros a uma parcela maior da população. Sugere ainda, às escolas a inclusão de um segundo recreio: a hora da leitura! Nessa hora o professor leria textos em voz alta para os alunos e favoreceria comentários pois, para Mindlin, todo leitor tem, na sua história, alguém que na sua infância o iniciou no universo da leitura.
No segundo capítulo, “Mundo da Leitura”, o autor desenvolve um relato da importância da leitura na sua infância e adolescência e as obras que o marcaram. D’As minas do Rei Salomão à Alice no país das maravilhas, o autor passeia por autores brasileiros, portugueses, franceses, americanos. Desde cedo falando o inglês e o francês, Mindlin tem acesso a literatura mundial muito cedo. Mais uma vez, enfatiza o prazer que a leitura deve dar, citando o lema de Montagne : “Não faço nada sem alegria”.
No terceiro capítulo, “Algumas obras de não ficção”, Mindlin discorre sobre algumas leituras que, embora não sendo de ficção, não podem deixar de ser citadas: A bíblia, O Alcorão, O capital, de Karl Marx, além de Os Sertões, Discurso do Método, entre outros.
“Começo da biblioteca”, e “Garimpagem”, quarto e quinto capítulos respectivamente, relatam como o leitor Mindlin inicia sua biblioteca e como esta está dividida. A leitura da bibliografia dos autores que gostava, levava-o à outras obras do mesmo autor que garimpava nos sebos. Depois o interesse por livros autografados, que o remetem a uma “ espécie de contato direto com os autores e os leitores a quem os livros eram dedicados.”, a amizade com os livreiros de várias partes do mundo e as artimanhas usadas para a aquisição dos primeiros exemplares em sebos, além da estratégia de negociação na aquisição de títulos raros. Além disso, a importância de ter trabalhado, antes de completar 16 anos, na redação d’O Estado de S. Paulo.
No sexto e último capítulo, “Leituras Variadas”, Mindlin nos brinda com, como o título sugere, um breve comentário das obras que leu ao longo dessas oito décadas, não sem antes advertir-nos sobre aquilo que ele considera grande livros: “os que foram escritos no passado, agradaram, empolgaram e sobreviveram ao tempo”. São grandes livros: Em busca do tempo perdido, de Proust, Grande Sertões Veredas de João Guimarães Rosa, ou a Servidão humana, de Somerset Maugham, entre outros. . Mas engana-se quem espera um descrição monótona, obra por obra. Mindlin escreve num tom autobiográfico, costurando digressões e reflexões entre uma obra e outra, como a importância da releitura. Além disso, situas as obras no tempo histórico e apresenta os autores naquilo que têm de mais importante. Sem dúvida, vale a leitura.
Nesta obra, José Mindlin presenteia o leitor com uma história. A sua própria história de relação com a leitura e com os livros que acabaram por formar a sua biblioteca. Mindlin faz questão de frisar, em várias partes da obra, que sua primeira paixão é e sempre foi a leitura, sendo a biblioteca uma consequência dessa paixão. Assim, o autor vai recheando a obra com àquelas lidas ao longo de sua vida, oferecendo-nos uma deliciosa degustação daquilo que contribuiu para a sua formação, permitindo-nos, igualmente, relembrar alguns títulos e ter aguçada a curiosidade para outros.
Na introdução Mindlin faz uma pequena alusão à história do livro, iniciando na Antiguidade quando estes eram orais ou esculpidos em pedra até a invenção de Gutemberg. No entanto, lamenta que ainda tantas pessoas não tenham acesso à leitura no Brasil.
No primeiro capítulo Mindlin reflete sobre a importância da leitura, atribuindo a esta, um sentido espiritual à vida. Além disso, argumenta que a leitura é fundamental, pois que possibilita a correção de males sociais, além do papel didático e político. Lembra, com propriedade, para enfatizar a importância dos livros e da leitura, sobre as censuras impostas a estas pela igreja e governos ditadores, lembrando-nos que, em longo prazo, a censura nunca vence e que um livro, da mesma forma que se presta à reflexão e formação, também diverte e informa. Assinala ainda, que é irrelevante, que as primeiras leituras sejam ou não literárias. O importante é que se leia. A seleção, diz ele, vem com o tempo. Continua assumindo-se um entusiasta da leitura, da mesma forma que procura fazer outros, aumentando o universo de leitores. Finaliza dedicando uma reflexão ao papel da escola na formação de leitores e sugerindo a formação de bibliotecas públicas de modo a facilitar o acesso aos livros a uma parcela maior da população. Sugere ainda, às escolas a inclusão de um segundo recreio: a hora da leitura! Nessa hora o professor leria textos em voz alta para os alunos e favoreceria comentários pois, para Mindlin, todo leitor tem, na sua história, alguém que na sua infância o iniciou no universo da leitura.
No segundo capítulo, “Mundo da Leitura”, o autor desenvolve um relato da importância da leitura na sua infância e adolescência e as obras que o marcaram. D’As minas do Rei Salomão à Alice no país das maravilhas, o autor passeia por autores brasileiros, portugueses, franceses, americanos. Desde cedo falando o inglês e o francês, Mindlin tem acesso a literatura mundial muito cedo. Mais uma vez, enfatiza o prazer que a leitura deve dar, citando o lema de Montagne : “Não faço nada sem alegria”.
No terceiro capítulo, “Algumas obras de não ficção”, Mindlin discorre sobre algumas leituras que, embora não sendo de ficção, não podem deixar de ser citadas: A bíblia, O Alcorão, O capital, de Karl Marx, além de Os Sertões, Discurso do Método, entre outros.
“Começo da biblioteca”, e “Garimpagem”, quarto e quinto capítulos respectivamente, relatam como o leitor Mindlin inicia sua biblioteca e como esta está dividida. A leitura da bibliografia dos autores que gostava, levava-o à outras obras do mesmo autor que garimpava nos sebos. Depois o interesse por livros autografados, que o remetem a uma “ espécie de contato direto com os autores e os leitores a quem os livros eram dedicados.”, a amizade com os livreiros de várias partes do mundo e as artimanhas usadas para a aquisição dos primeiros exemplares em sebos, além da estratégia de negociação na aquisição de títulos raros. Além disso, a importância de ter trabalhado, antes de completar 16 anos, na redação d’O Estado de S. Paulo.
No sexto e último capítulo, “Leituras Variadas”, Mindlin nos brinda com, como o título sugere, um breve comentário das obras que leu ao longo dessas oito décadas, não sem antes advertir-nos sobre aquilo que ele considera grande livros: “os que foram escritos no passado, agradaram, empolgaram e sobreviveram ao tempo”. São grandes livros: Em busca do tempo perdido, de Proust, Grande Sertões Veredas de João Guimarães Rosa, ou a Servidão humana, de Somerset Maugham, entre outros. . Mas engana-se quem espera um descrição monótona, obra por obra. Mindlin escreve num tom autobiográfico, costurando digressões e reflexões entre uma obra e outra, como a importância da releitura. Além disso, situas as obras no tempo histórico e apresenta os autores naquilo que têm de mais importante. Sem dúvida, vale a leitura.
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